Saturday, December 15, 2007

O meu Natal


Está frio lá fora, apressam-se os passos, aprumam-se os embrulhos, a luz das estrelas e o brilho dos enfeites da natal iluminam a rua, enchem-nos a esperança.



No calor de casa, brilha a luz de um pinheiro de verde verdadeiro, cintilam as bolas e as fitas. No presépio brilha a estrela e relembra-se o nascimento celebrado.




Cheira a canela e azevinho, e a mesa hoje de gala, com as louças, as pratas e os cristais, só neste dia utilizados espera ansiosa a família que ali vai celebrar o Natal e dom de amar e ser amado.



Na cozinha, prepara-se a ceia, a avó frita filhoses, a tia as rabanadas, o primo e a prima desenham estrelas e círculos no arroz doce, cabe-me a mim a sublime tarefa de mexer a calda, perfeita, doce e perfumada.

Um a um vão chegando com abraços sentidos, sorrisos e saudades, trazem as lembranças para tocar e o desejo de partilhar, mas trazem acima de tudo a magia de saber pertencer a uma família que se sente e vive como tal.

Todos estão presentes, ninguém é deixado para trás.

A magia está em cada canto da sala, sente-se nas vozes, nas conversas que se entrecruzam, no bacalhau e no peru, nas gargalhadas e nos olhares.

Ainda à mesa mas já no café, os doces são colocados e enchem os olhos gulosos de açúcar, antecedendo o prazer do gosto.

Prepara-se o cenário, sobe-se o pano improvisado, saído da arca da avó e encena-se a peça cantam-se as canções vêem-se lágrimas, ... de saudade, de alegria de orgulho maternal...


De repente é meia noite, e por entre cúmplices e momentâneas ausências e sussurros, ouve-se o estrondo, são 2 segundos de silêncio que antecedem a correria e os gritos de surpesa;

Corro para a cozinha e no sapatinho que deixara ficar na chaminé, lá estavam ... os presentes com tanto esforço merecidos. Não está lá o Pai Natal mas a bolacha meio trincada e a Coca-cola bebida reforçam a certeza da sua fugaz presença.

Depois é a alegria da partilha, as gargalhadas dos presentes, o primo e a prima, a tia e o tio, a avó e o avô, os pais, o mimo e a ternura que fazem do Natal a melhor época do ano.


Este foi durante muitos anos o meu Natal, e é o Natal que hoje partilho e preparo com muito amor para a minha família. Alguns já não estão presentes, mas em cada brilho, luz, abraço, e voto distribuído encontro-os com a certeza de que vivem no meu Natal, no meu dia e na minha vida com a presença de um amor que se dá e se recebe e nunca nos abandona...



Que o vosso Natal seja tão mágico e feliz como o meu e ilumine diariamente corações e sonhos.

FELIZ NATAL!!!!!

Saturday, June 9, 2007

Basta-me fechar os olhos pra te encontrar


Demorei uma vida para escrever estas palavras, tempo demais, ... Mas só agora com a distância das horas e dos dias, com o vinco da saudade absoluta e interminável consigo fazê-lo.

Esta é uma carta de AMOR, amor profundo e único, indescritível! Disse-te muitas vezes "Gosto muito de ti", escrevi-o outras tantas, mas nunca te olhei nos olhos e gritei AMO-TE PAI, falo-ía agora se pudesse ...

De olhos fechados, posso sentir o teu abraço, relembro cada palavra que me disseste, és tudo de bom que faço e sou. Sei que onde quer que estejas estás orgulhoso de mim ... Embora achando que posso ser ainda melhor pessoa, que posso fazer mais, mas PAI atingir o teu patamar, não é fácil!

Quero dizer-te que a batalha desigual e injusta que travaste não foi em vão, o exemplo de coragem, força, esperança, altruÍsmo e heroísmo que me deixaste vão dar-me força para ultrapassar todos os obstáculos que se me apresentarem ao longo da vida!

Desde o dia em que partiste, o mundo ficou mais pobre, e o meu mundo um pouco mais silencioso e triste, mas a verdade é que basta-me fechar os olhos para te encontrar, vives dentro de mim e está um pouco por toda a parte, mas estás acima de tudo em cada gesto simpático que recebo, em cada pessoa fantástica que conheço, em cada raio de sol, em cada pedaço de céu azul, em todos os rios, riachos e nascentes cristalinas ... Estás no meu sorriso na minha paz e no meu coração.


















Saturday, May 19, 2007

Vivemos à superfície sem raízes nem sonhos...


Convenhamos, não nascemos numa época fácil, o nosso tempo é de cepticismo e desencanto generalizado, vivemos à superfície sem raízes nem sonhos...
Os chineses no Taoismo colocavam o homem como a síntese e o equilíbrio das forças Yin (a energia da terra) e Yang (a energia do céu), hoje poderiam os filósofos, se ainda os houvesse, colocá-lo não como o equilíbrio ente estes dois pontos, mas seguramente como pólo destrutor do equilíbrio das mesmas...
No desenrolar destes pensamentos surge-me a dúvida lancinante, o que nos move? E já agora para onde?...
Platão acreditava que o amor era por excelência o motor da filosofia e da vida, e a nós será o amor que nos move? A resposta é óbvia e pronta, olhemos para o que fazemos ao planeta, para a destruição que nos rodeia, para o ódio que nos consome e corrói a alma, e para a solidão triste em que vivemos na globalidade ...
Não definitivamente não é o amor que nos move.
Deslocamo-nos furiosamente e em velocidade para ... o vazio, e na nossa pressa em lá chegar deixamos para trás tudo que nos fez HUMANIDADE...
Concluo com alguma relutância que o que nos move é a louca vontade do prazer consumista imediato e insaciável, materializado num pequeno objecto desmaterializado, pequeno e sujo.
Hoje é nos dado a acreditar que tudo nos é legítimo, queremos e podemos tudo, desde que promova a ilusão do prazer rápido e imediato.
Não é a religião mais o ópio do povo, mas sim prazer, a satisfação imediata de desejos e fantasias, pagas a peso de ouro. O presente é tudo, desvalorizámos por completo os ensinamentos do passado, despreocupa-nos em absoluto o futuro a legar aos descendentes. O Maniqueísmo com tudo de mau que comporta, é passado, entramos de novo num Neoplatonismo, ou seja no cepticismo ...
Esperemos que tal como em Sto Agostinho o próximo passo seja a crise existencial e daí consigamos passar para a construção de uma nova humanidade desta vez de facto HUMANIZADA ...

Saturday, April 7, 2007

Desvarios eleitorais

Uma destas manhãs, enquanto esperava pacientemente na fila da A2, antevendo uma hora e meia de puro deleite introspectivo, já depois de colocar a base, o rímel e o batom, beber um iogurte liquido de uma marca manhosa Alemã importada pelo Lidel, dei por mim, após ter ouvido a sequência informativa da RFM, a pensar nada mais nada menos do que em POLITICA...

Será o Primeiro-ministro de Portugal Eng., ou... não?

Daí a ver-me como Primeira-ministra de Portugal foi um pulinho, assim como assim, tenho um Diploma em Direito (Direito vai sempre bem com tudo), verdadeiro, tirado numa Universidade que não é Independente mas existe e não passa certificados a pedido...e até tenho alguns extras como Pós-graduações etc., ...

Então, mas para isso convinha-me ser militante de um partido, deixa lá ver... QUAL???

É que partidos políticos não nos faltam, temos;
Com representação parlamentar

BE - Bloco de Esquerda - Fundado em 1998 depois da fusão entre o Partido Socialista Revolucionário (PSR) (trotskista), União Democrática Popular (UDP) (marxista-leninista-maoísta), o Política XXI (PXXI) (marxista-leninista) e a Frente de Esquerda Revolucionária (Ruptura/FER) (trotskista), o Bloco de Esquerda assumiu-se como um movimento de ruptura dentro do panorama político nacional.

CDS-PP - Centro Democrático Social/Partido Popular - Fundado em 1974, o CDS é o partido mais à direita do Parlamento. Depois de ter atravessado várias correntes ideológicas, o CDS voltou às origens e voltou a definir-se como um partido Democrata-Cristão. Tendo como pilares a defesa dos valores tradicionais de família e ao mesmo tempo a economia de mercado, o CDS é um partido que tem a sua base de apoio na classe média, principalmente nas regiões rurais a norte do país. O líder do partido é José Ribeiro e Castro( por enquanto mas não por muito tempo...).

PCP - Partido Comunista Português - Fundado em 1921, é o partido mais antigo e com a história mais longa. Fundado enquanto secção da Internacional Comunista, tornou-se na referência ideológica do operariado. Depois da ascensão da ditadura militar e mais tarde do regime ditatorial de Salazar, passou a trabalhar na clandestinidade e funcionou durante décadas como a única força organizada de resistência ao regime, apesar das vagas de repressão. O Secretário-Geral do partido é Jerónimo de Sousa, mais conhecido como O OPERÁRIO...

PEV - Partido Ecologista "Os Verdes" - Fundado em 1982, concorreu sempre em coligação com o PCP na Coligação Democrática Unitária. Apesar de ser um partido com uma reduzida influência social.

PPD/PSD - Partido Social Democrata - Fundado em 1974 por um grupo de deputados afectos à "Ala Liberal" da Assembleia Nacional salazarista - Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão - é um partido social-democrata, reformista, que, de modo peculiar, no caso português, combateu o colectivismo económico e os movimentos totalitários marxistas, subsequentes à Revolução de 25 de Abril de 1974. É liderado por Luís Marques Mendes (Mais conhecido como O PIQUENO).

PS - Partido Socialista - Fundado em 1973, à semelhança do Partido Social Democrata, é um partido de tradição social-democrata em Portugal, apesar de uma série recente de desvios para o centro, à semelhança do Partido Trabalhista britânico. O seu líder histórico é Mário Soares e actualmente é liderado pelo Primeiro-Ministro José Sócrates, (mais conhecido como o Engenheiro que não é Engenheiro, ou será,,,)..

Partidos que não concorreram às legislativas
FER Frente da Esquerda Revolucionária (integrado no Bloco de Esquerda)
FSP -
Frente Socialista Popular
MLS -
Movimento Liberal Social
MD -
Movimento pelo Doente
MPT -
Partido da Terra (concorreu nas listas do PSD, como tal não forma grupo parlamentar)
PL -
Partido Liberal
PPM -
Partido Popular Monárquico (concorreu nas listas do PSD, como tal não forma grupo parlamentar)
PSN -
Partido da Solidariedade Nacional
PSR -
Partido Socialista Revolucionário (integrado no Bloco de Esquerda)
PXXI
Política XXI (integrado no Bloco de Esquerda)
UDP -
União Democrática Popular (integrado no Bloco de Esquerda)

Aqui é que a porca torce o rabo, eles são muitos mas... Vendo assim mais de perto, IGUAIS!!!

Já sei vou criar um partido político, depois é só copiar o modelo eficaz utilizado pelo maior português de sempre... pelo menos assim foi eleito no programa televisivo - António de Oliveira Salazar.



O Slogan será uma frase célebre - "Sei muito bem o que quero e para onde vou". - Afirma Salazar na tomada de posse.

Só por aqui tenho o eleitorado na mão, já que nenhum dos opositores ao "regime" "Socrático" parece saber, não sabem o que querem e muito menos para onde vão...

Estou lançada, já nada me pára, agora é só ser um génio a manobrar o equilíbrio das contas públicas, exigindo o controlo sobre as despesas e receitas de todos ministérios, e porque não, de todas as contas pessoais, porque o empenho de todos é imperial para salvar o país...

Satisfeita a exigência, imposta forte austeridade e rigoroso controlo de contas, desato a fechar escolas, maternidades, hospitais, aumento os impostos, e mais uma ou outra coisita que me lembre de repente e VOILÁ - consigo um superavit, um "milagre" nas finanças públicas logo no PRIMEIRO exercício económico.

Serei muitas vezes retratada como salvadora da pátria., para tal basta manobrar os média... Com o prestígio ganho, a propaganda, a habilidade política na manipulação consolidava o poder...

Ia eu neste desvario eleitoral, quando se fez luz, ... mas isso já o Sócrates faz.
Pois, assim não vou lá...

Chegada a Lisboa, vinda da outra margem, olho para as caras tristes e cinzentas dos meus companheiros de viagem nesta cruzada que é a travessia diária da ponte 25 de Abril, que por acaso já foi de SALAZAR, quem sabe voltará a ser brevemente,...e concluo que o melhor mesmo é dedicar-me ... à pesca, que mal por mal ainda vai sendo possível pescar uns peixinhos aqui ou alí(com uma lincença e tal...), isto até chegar o TGV e a OTA, porque nessa altura, nem peixinhos haverá no rio...

Maria do Mar


Friday, March 23, 2007

Por falar em poesia ...


Em jeito de comemoração do dia da poesia, do inicio da primavera, por tantos e tão poucos motivos que nada importam porque são tudo o que importa... deixo neste meu pequeno mundo um timido verso, e uma grande pergunta, a que nenhum dos ilustres comentadores respondeu ainda, afinal Onde deixamos o amor? ...



Hoje ao ver-te ...

Desejei que o tempo ficasse sem tempo

Que os dias perdessem as horas,

Que os lugares ocultassem o espaço

Porque tudo o que penso, e tudo o que faço

Acaba em teu rosto, no lugar onde moras,

Então, perdida do momento

Longe e tão perto, sem freio nem esporas,

Pergunto à razão, ao coração,

Porque não estás aqui, porque tanto demoras...

Porque espero que o vento te traga,

Na ausência dos dias, na iniquidade das horas.


Maria do Mar

Sunday, March 18, 2007

Amar em Português..



Onde deixamos o AMOR?
No meio da hiperactividade das nossas vidas, entre as filas de trânsito caóticas, a sandocha mal engolida ao almoço e as tricas do escritório, pouco tempo nos sobra .... E a verdade é que deixamos de querer ter tempo para o AMOR, amor aos outros, amor a nós próprios, amor à vida e aos pequenos nadas que se tornam tanto... Afinal onde deixámos o AMOR?
Preocupa-nos o carro do vizinho, o saldo no banco, a peregrinação ao hipermercado, preocupa-nos a vida do vizinho, e a verdade é que nos esquecemos da nossa, pior, será que nos preocupamos com tudo isso apenas porque a nossa vida é vazia e desinteressante...
Já não há poetas?, já não há canções de amor?, já não há amor daquele que a Florbela, o Camões entre outros escreveram?... Quando foi a ultima vez que dissemos "Eu gosto muito de ti amigo/amiga"
Quando foi a ultima vez que olhamos alguém nos olhos e dissemos "A tua presença é fundamental na minha vida"
Quando foi a ultima vez que ajudamos alguém que precisava de nós, sem sequer conhecer essa pessoa?
Quando foi a ultima vez que passeamos na praia, olhámos o céu junto com a pessoa certa, e que lhe dissemos, sem o teu abraço, nada faz sentido?
Quando foi a última vez que olhamos nos olhos dos nossos pai, mãe, filho, irmão e lhes dissemos, obrigado por todo o amor que me dás, lhes dissemos, o meu tempo é o teu tempo, estou aqui sempre que precisares?
Afinal onde deixámos o AMOR?
Só para relembrar ...
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!...
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
«Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...»
Florbela Espanca


Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
"Luis Vaz De Camões"


Amor é chama que mata,
Dizem todos com razão,
É mal do coração
E com ele se endoidece.
O amor é um sorriso
Sorriso que desfalece.
Madeixa que se desata
Denominam-no também.
O amor não é um bem:
Quem ama sempre padece.
O amor é um perfume
Perfume que se esvanece.
Mário de Sá Carneiro






Saturday, March 17, 2007

Valores Europeus


O título deste quadro de Delacroix "A liberdade guiando o povo", pintado em 1830 (data sugestiva) parece-me adequado como introdução da postagem que hoje me apetece partilhar.

Retirado do site https://www.iheu.org/v4e/html/portuguese.html, que visa congregar esforços dos cidadãos europeus no sentido da afirmação e da defesa dos valores seculares/laicos da Europa, designadamente no âmbito de uma (previsivelmente) próxima iniciativa de retoma do projecto de dotar a União Europeia com uma Constituição Política, encontramos propugnados os seguintes valores;
Nós, o povo da Europa, aqui afirmamos os nossos valores comuns. Não se baseiam numa só cultura ou tradição, mas assentam em todas as culturas que conformam a Europa moderna.

Afirmamos o valor, a dignidade e autonomia de cada indivíduo e o direito de todos à maior liberdade possível compatível com os direitos dos outros.
Defendemos a democracia e os direitos humanos e procuramos para o maior desenvolvimento possível de cada ser humano.

Reconhecemos o nosso dever de cuidar de toda a Humanidade incluindo as gerações vindouras e a nossa responsabilidade e dependência da Natureza.

Afirmamos a igualdade de homens e mulheres. Todas as pessoas devem ser tratadas de igual forma perante a lei, independentemente de raça, origem, crença religiosa, idioma, género, orientação sexual ou capacidades.

Afirmamos o direito de todos a adoptarem e seguirem uma crença ou religião da sua escolha. Mas as crenças de qualquer grupo não podem ser utilizadas para limitar os direitos dos outros.
Defendemos que o Estado deve permanecer neutro em questões de religião e crença, sem favorecer nem prejudicar ninguém.

Defendemos que a liberdade pessoal deve ser combinada com a responsabilidade social. Procuramos criar uma sociedade justa baseada na razão e na compaixão, na qual cada cidadão possa desempenhar plenamente o seu papel.

Defendemos tanto a tolerância quanto a liberdade de expressão.

Afirmamos o direito de todos a uma educação aberta e completa.

Rejeitamos a intimidação, a violência e a incitação à violência na resolução de disputas e defendemos que os conflitos devem ser resolvidos através da negociação e por meios legais.

Defendemos a liberdade de investigação em todas as esferas da vida humana e a aplicação da ciência ao serviço do bem-estar humano.
Procuramos usar a ciência de forma criativa, não destrutiva.

Defendemos a liberdade de criação artística, valorizamos a criatividade e a imaginação e reconhecemos o poder transformador da arte.
Afirmamos a importância da literatura, da música e das artes visuais e do espectáculo para o desenvolvimento e realização do ser humano.
Após visita a este endereço, de imediato me ocorreu, alguem se esqueceu de informar os líderes europeus, lobbys económicos e parceiros da existência deste site, porque na definição das políticas e legislação Europeia eu não encontro reflexo dos proclamados valores ...
E ao Sr. Eng.º alguem o avisou?
Bizarro!
Maria do Mar

Wednesday, March 14, 2007

Mar Português



Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

"Fernando Pessoa"

As palavras, dizia Pessoa, são etiquetas que se colam às coisas. O poeta da angústia existencial, da depressão, da melancolia, percebeu a crise da Humanidade e utilizou isso como matéria-prima essencial da própria escrita, da própria vida.


No poema o MAR PORTUGUÊS, o mar é simultaneamente espelho e abismo, onde a alma se perde no sonho e depois do sonho se reflecte num projecto de futuro esplendoroso porque plenamente espiritual e desligado da terra.




O poeta, o génio, reconhece que nada mais há a buscar no mar físico, mas que resta a exploração do mar espiritual.

Um primeiro ciclo exauriu-se: o da descoberta do mar. Um novo ciclo se anuncia: a segunda vinda, a descoberta da alma, do mar espiritual.
É a água, o elemento água, a paz, a solidão, a reflexão, o contínuo movimento de renovação e desafio que permite a revelação da profecia.

É a água que simboliza a latência do sonho, a água nua, despida e apenas espelho ou abismo, que mostra e que esconde. Combinação proibida de opostos.
O sofrimento e a dor marcam a viagem ás ilhas afortunadas da alma, porque nenhuma grande descoberta se faz sem sacrifício de monta e relevo.
Em Pessoa há a revelação de uma verdade interior, reservada a quem empreenda a viagem sem destino que é perder-se de si mesmo.

Pessoa percebe, alcança longe, mais longe que o tempo e o espaço de que dispõe, que o começar da nova aurora neste Império Espiritual é algo mais do que a presença diáfana de um vasto território dominado por uma só língua e um só povo, é antes um horizonte sem fim em que se atinge a irmandade dos homens, a paz intemporal.
Este poema, este poeta, são exemplo de como podemos ser GRANDES, de como nos basta a alma, para impôr vontades, valores e verdades.

Apetece-me acreditar que o Mar Português, está latente em todos nós, e que um dia, libertos dos medos dos monstros e do abismo que o mar eventualmente reflecte, veremos apenas o brilho do sol e da lua espelhados na alma.


Maria do Mar






Saturday, March 10, 2007

A Liberdade a Democracia e o Terrorismo ...


O terrorismo veio ao longo dos tempos a ganhar significados variados e polivalentes, divergindo o modo como se entende e classifica o fenómeno, consoante a parte que o descreve e os interesse que se pretendem salvaguardar...
É um fenómeno antigo, já na antiga Grécia se falava em terrorismo, mas a verdade é que há algo de terrivelmente preocupante na utilização estatal que lhe é dada...
Senão vejamos: Hitler, Mao, Guerra fria, URSS, Sérvia, Iraque, a verdade é que foi e é em nome da segurança e defesa dos cidadãos que se foi utilizando o TERRORISMO, para viabilizar e justificar os maiores massacres a povos e nações inocentes, a etnias inteiras...
O termo terrorismo de estado foi criado para caracterizar governos ou regimes ditatoriais, autoritários ou totalitários em que direitos individuais ou de grupos são consciente e sistematicamente violados, o que me deixa apreensiva é que analisando as políticas concertadas dos E.U.A. e de grande parte dos países Europeus, dos quais Portugal faz parte, facilmente me ocorre uma aterradora ideia...
E se a ideia de Segurança que tanto desejamos, e que diariamente nos entra através da janela mágica pela casa dentro, mais não fosse que uma manobra de diversão para nos encaminhar ordeiramente para um mundo totalitário desrespeitador das liberdades individuais e de todos os direitos fundamentais que tanto nos custou a conquistar?
Lunaticamente poderíamos ainda supor que a maioria dos mediáticos atentados terroristas modernos, nomeadamente o ataque às torres gemeas(world trade center) foram desenhados e perpetrados pelos próprios estados com vista a ganharem legitimidade política para seguirem o caminho do absolutismo obscuro e monopólico(como aliás várias teses sustentam)
Por isso hoje, decidi deixar neste meu pequeno mundo, um pedido a todos que por aqui passem, para que não se deixem cair na anorexia política, na abstracção das nossa pequenas vidas, estejamos atentos e lutemos pelos nosso direitos.
Afinal até onde estamos dispostos a ir, que caminho queremos tomar nesta era global? Quanto da nossa liberdade que com sangue e morte defendemos, estaremos dispostos a dar, em troca de uma ideia de segurança teórica e cerceadora de pensamentos e palavras, liberdades e direitos?!
Isto para que daqui a poucos anos não venhamos a ser, quem sabe um bando de dissidentes pensadores, nostálgicos de poder fumar um cigarro ou um charuto, nostálgicos de poder comer uma costeleta com osso, de poder andar de minissaia sem ser apedrejadas, de poder ler um livro sem levantar suspeitas, de poder ser sem ter um "chip" controlador(cartão unico de cidadão), nostálgicos da liberdade perdida...
Maria do Mar

Thursday, March 8, 2007

A melhor homenagem à mulher ...



Segundo o Conselho da Europa, a violência contra as mulheres no espaço doméstico é a maior causa de morte e invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos, ultrapassando o cancro, acidentes de viação e até a guerra.

Este dado internacional, se relacionado com os indicadores disponíveis em Portugal (embora apenas indicativos e ainda a necessitar de confirmação mais rigorosa) que sugerem que semanalmente morrem mais de cinco mulheres por razões directas e indirectamente relacionadas com actos de violência doméstica, dá-nos uma fotografia de uma realidade que nos ofende na nossa dignidade humana enquanto pessoas, e na nossa condição de cidadãos portugueses.

Não podemos ignorar, no entanto, que a grande maioria de situações que prefiguram casos de violência doméstica são ainda as exercidas sobre as mulheres pelo seu marido ou companheiro. Este tipo de violência doméstica tem significativas implicações políticas, sociais e até económicas e constituiu uma gravissima violação dos direitos humanos com raízes históricas e culturais.

Na sua origem está, a infeliz persistência de flagrantes desigualdades entre as mulheres e os homens.

A Constituição da República Portuguesa, uma das mais avançadas da EUROPA preconiza, no seu artigo 9º alínea b), entre as tarefas fundamentais do Estado a de "garantir os direitos e liberdades fundamentais e o respeito pelos princípios do Estado de direito democrático", assim como na sua alínea h), a de "promover a igualdade entre homens e mulheres".

O princípio da igualdade (artigo 13º), e o direito à integridade pessoal (artigo 26º), entre outras disposições constitucionais, reforçam esta tutela que apesar de constitucionalmente protegida é sistematicamente violada.

Várias orientações (normativas e outras), e programas de acção têm sido adoptados no que toca à violência, nomeadamente doméstica.

No âmbito das Nações Unidas, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, adoptada pela Assembleia Geral em 1979, deu um grande passo ao proibir todas as formas de discriminação contra as mulheres, nelas se incluindo a violência.

Na mesma linha vai a Resolução nº 48/104, de 20 de Dezembro de 1993, contendo a Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Igualmente determinantes foram a 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, Pequim, 1995 e Sessão extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas "Mulher 2000: Igualdade entre os Sexos, Desenvolvimento e Paz no Século XXI.

Merece um relevo particular a muito recente Resolução da Comissão dos Direitos Humanos, 2002/52, sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres.


Também o Conselho da Europa abordou o assunto de diversos modos e desde há vários anos, tendo o Comité dos Ministros adoptado, a 30 de Abril de 2002, da Recomendação Rec ( 2000) 5 sobre a Protecção das Mulheres contra a Violência.

Estamos perante um problema velho para o qual urge encontrar respostas novas.

O governo Português elaborou o II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica, trata-se de um Plano ambicioso: tanto pelo número e características das medidas apresentadas que requerem, quase todas, a colaboração transversal entre diversos organismos públicos; como pelo rigoroso calendário que se propõe cumprir.

Mas, vejamos os números ...2006;

Segundo estatística realizada pela APAV e INE, de um total de 15.758 crimes registados pela APAV, cerca de 86% foram crimes de Violência Doméstica. De entre estes 13.603 crimes, destacaram-se os crimes de maus tratos psíquicos (32,2%) e os crimes de maus tratos físicos (31,1%).

Quanto ao género da vítima e do autor do crime, em 2006 o contraste era mais uma vez notório, uma vez que as vítimas eram essencialmente mulheres (90,6%) e os autores de crime homens (90,3%).

Em termos de faixa etária das vítimas, as idades compreendidas entre os 26 e os 45 anos (33,9%) destacavam-se. No caso dos autores de crime, estes situavam-se maioritariamente entre os 26 e os 55 anos de idade (37,9%).

Quanto à variável do nível de ensino, não é possível destacar nenhum dos valores apresentados. Tanto no caso das vítimas como no dos autores de crime, o equilíbrio entre os diversos graus de ensino predominava.

Mais grave ainda no que ao autor do crime concerne, a nível de profissões, é que o autor é , Pessoal dos serviços directos e particulares, de protecção e segurança são em 2006, num total de 244, ou seja 5%, apena suplantados pelo grupo dos desempregados e reformados - 13,3% ...

Portanto neste dia Internacional da mulher, a melhor homenagem que podemos prestar é lembrar que quase nada mudou neste aspecto e que não basta mudar as leis há que mudar as vontades e evoluir no pensamento.

Saturday, March 3, 2007

As multas, a EMEL e a constituição...


Os fiscais da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) começaram em 19/02/2007 a multar e rebocar os carros mal estacionados junto às zonas de parqueamento com parquímetros.


"Os novos agentes são credenciados pela Direcção-Geral de Viação e vão começar a autuar as viaturas estacionadas em segunda fila ou em cima dos passeios nas áreas circundantes às zonas de estacionamento" de duração limitada, onde funcionam os parquímetros a EMEL.


A medida faz parte das alterações dos estatutos da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), aprovadas a 24 de Outubro pela Assembleia Municipal de Lisboa, que reforçam os poderes dos fiscais da empresa.

A empresa de estacionamento tem um corpo de fiscais equiparado a agentes da autoridade, mas que apenas tinham autoridade para autuar nas zonas tarifadas da EMEL.


As novas atribuições dos fiscais da EMEL derivam da revisão do Código da Estrada, operada através do decreto-lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro, que atribuiu às câmaras municipais mais poderes de fiscalização do trânsito. Os estatutos da EMEL foram aprovados em Assembleia Municipal com os votos favoráveis dos deputados do PSD, CDS-PP e PS, e os votos contra do PCP, PEV e BE.

Não é preciso ser jurista ou ter qualquer formação em direito para que, ao ler esta notícia, automaticamente nos assalte a dúvida? Então mas os "agentes" são autoridade? Equiparados à autoridade? E formação específica têm?

ISTO É CONSTITUCIONAL??????
O constitucionalista Bacelar Gouveia manifestou já dúvidas sobre a legalidade dos poderes atribuídos aos fiscais da empresa municipal e sugere a quem for autuado que não pague e leve o caso a tribunal.

Em seu entender, está-se “a atribuir a "agentes" de uma empresa municipal, que têm o dever de fiscalizar do espaço que foi concessionado, uma jurisdição do espaço que não lhes foi concessionado”.

Afirma ainda “Isso parece-me um desvirtuamento da própria autoridade policial e da lei no que respeita à distribuição do espaço em que cada um pode exercer a sua jurisdição.

Além disso, se isso pega moda, então qual é a função das polícias, da GNR, da PSP em matéria de regulamentação e de fiscalização do trânsito rodoviário?”, questiona Bacelar Gouveia, sublinhando que “as polícias garantem – coisa que os agentes da EMEL não fazem – especial cuidado e formação específica em matéria judicial e de imparcialidade”.

Assim, diz o constitucionalista, o cidadão que for multado por um agente da EMEL, pode pura e simplesmente não pagar e suscitar junto dos tribunais um esclarecimento.

“Se isso for feito em massa, poderá suscitar um movimento interessante de obrigar o município de Lisboa a um esclarecimento em relação à situação que foi criada”, diz ainda.

Com o aumento dos poderes dos fiscais da EMEL, a Câmara de Lisboa pretende evitar o estacionamento por vezes caótico na cidade. Intensifica, assim, a fiscalização e a repressão sobre os automobilistas que não cumprem o Código, deixando o carro mal estacionado.

Os novos "agentes" (mais de 50) são credenciados pela Direcção-Geral de Viação, mas, de acordo com a Deco – Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor, tem de haver formação específica.

“É obrigatório por parte da EMEL, uma vez que vai assumir funções e competências equiparadas a um órgão de polícia, que aposte fortemente numa formação adequada aos seus agentes, em termos cívicos e de bom-senso e discernimento na altura de multar..."

A verdade é que até há presente data não têm formação específica, duvida-se até se terão alguma espécie de formação além da técnica do"agente encoberto"...

Grave é também o facto de não ser possível pagar o parquímetro sem moedas (notas pelo menos)... e não ser possível pagar mais que 2 Euros, o que implica que se eu estiver mais que 4 horas num determinado local, vou ter que me deslocar ao parquímetro para "reabastecer"...

Quanto à C.M.L. talvez não fosse má ideia, já que se preocupa tanto com o trânsito caótico na cidade, repensar os transportes colectivos disponíveis, qualidade e comodidade, horários, preços, formação motoristas.....

Pensava eu nestas matérias, quando de repente fez-se luz, ... Percebi então que a extinção da Brigada de Trânsito " não é uma machadada à prevenção rodoviária e ao combate à sinistralidade", afinal temos os Sr. "agentes" da EMEL ...

Saturday, February 24, 2007

O que os governantes e lobbys não querem saber ...






Os últimos anos apresentaram alguns desafios complicados aos governos, conflitos persistentes ataques terroristas, pandemias como o HIV/Sida e H5NU/Gripe das aves, a persistência generalizada da pobreza extrema e catástrofes naturais.


A resposta a estes desafios devia ter sido baseada prioritariamente princípios dos Direitos Humanos, infelizmente, demasiadas vezes não foi, pior ainda, continua a não ser.

De forma individual e colectiva os países, na pessoa dos seus dirigentes e governos continuam a advogar políticas que sacrificam os Direitos Humanos em nome de conveniências económicas e políticas. Até quando faremos (governantes e instituições) questão de voluntária e conscientemente ignorar que o respeito pelo estado de direito é essencial para a SEGURANÇA Humana?

Quanto estaremos dispostos a sacrificar ao enfraquecer os princípios dos Direitos Humanos, para um pseudo combate o terrorismo?


Por outro lado a ausência do respeito, protecção e cumprimento dos direitos económicos, sociais e culturais, afirma-se como uma negação diária dos governos e países ao desenvolvimento humano.

Tanto na ajuda a vítimas de catástrofes naturais, como no apoio a vítimas individuais de repressão política, apoio a vítimas de carências económicas, entre outras, são as actividades de pessoas comuns que envergonham os governos e os obrigam a agir.


A SEGURANÇA Humana exige que seres humanos esteja a salvo não apenas de genocídios, ataques terroristas, e da guerra, exige sim, acima de tudo e em primeiro lugar que a pessoa humana, toda a pessoa humana, esteja a salvo da fome, das doenças e de desastres naturais, da corrupção.


Senão vejamos:


Na guerra ao TERRORISMO, entendem os estados e governantes que os Direitos Humanos constituem um obstáculo e não uma pré condição à segurança humana, contudo apesar dos esforços dos mesmos, baseados na cerceação cada vez maior dos referidos Direitos, a verdade é que os ataques terroristas aumentaram, tanto em número como em diversidade de locais atacados bem como métodos utilizados.


A política de "guerra ao terrorismo" usada pelos E.U.A., onde se ignora quase por completo a existência de Direitos Humanos, convenções de guerra, direitos de prisioneiro e liberdade e autodeterminação dos povos, não deu frutos, vejamos o exemplo flagrante da guerra no Iraque...


Os abusos dos direitos humanos no contexto de políticas antiterroristas não se encontra contudo limitado aos E.U.A. e seus parceiros Europeus, na China as autoridades continuam a usar a guerra contra o terrorismo como justificação para exercer violenta repressão em toda a região autónoma de Xinjiang.


Na Justiça Internacional, verificaram-se nos últimos anos desenvolvimentos significativos no sentido de trazer perante a justiça responsáveis pela violação da lei internacional, incluindo crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra, tortura, entre outros, no entanto continua a mostrar-se impunidade nos tribunais nacionais dos países onde os crimes foram cometidos.


Em Outubro de 2005 o T.P.I. emitiu os seus primeiros mandados de captura contra 5 líderes do exército da resistência do senhor, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos no Uganda, foi um primeiro passo, no entanto dezenas de outros crimes da mesma natureza, nesse e noutro país ficaram por investigar e punir.


Foi ainda maior desilusão o facto do Conselho de Segurança dos E.U.A., terem isentado cidadãos de países que não fazem parte do estatuto de Roma do T.P.I da sua jurisdição, criando dois pesos e duas medidas para a justiça e violando a Carta das Nações Unidas.


O tribunal especial para Serra Leoa, registou processos em três julgamentos, tendo sido acusados 9 suspeitos por crimes contra a humanidade e crimes de guerra, no entanto o governo local não hesitou em aplicar uma amnistia incluída no acordo de Lomé de 1999 ...


A nível Internacional os tribunais dependem do apoio firme dos Países bem como da sua vontade política, sem isso continuaremos a ser empíricos. No entanto o aumento do número de casos julgados a nível internacional pelas leis universais merece nota positiva.


Quanto aos Direitos das Mulheres, apesar das conquistas do movimento global de defesa dos Direitos das Mulheres, a discriminação e impunidade para com os crimes violentos contra as mulheres continuam a enfraquecer o direito fundamental das mulheres à liberdade segurança e justiça.

Lembro que Portugal continua na linha da frente dos números da vergonha nesta matéria, no que aos países desenvolvidos concerne!


Na Pobreza, o compromisso da Comunidade Internacional para "Fazer da Pobreza História" , desvanece a cada ano, a maioria das metas estabelecidas para cumprir em 15 anos, apresentam reduzidas perspectivas de serem cumpridas.

A actuação dos governos para diminuir e aliviar a pobreza e privações a nível global não é uma linha de marketing, é uma OBRIGAÇÃO internacional, imprescindível na LUTA e MANUTENÇÃO DA SEGURANÇA MUNDIAL.


Por todo o exposto se conclui que A SEGURANÇA humana colectiva não é nem está salvaguardada por abordagens estreitas à noção de segurança, só uma visão abrangente do seu significado bem como uma responsabilidade partilhada relativamente à sua protecção nacional e internacional poderão dar frutos.







Ser Português


"O português é capaz de tudo, logo que não lhe exijam que o seja. Somos um grande povo de heróis adiados. (...) Cada um de nós tem um Quinto Império no bairro e um auto-D. Sebastião em série fotográfica do Grandela. (...) O lirismo, diz-se, é a qualidade máxima da raça. Cada vez cantamos mais um fado." - Fernando Pessoa

"Augurai, gentes vindouras, Que o rei, que de aqui há-de ir,Vos há-de tornar a vir passadas trinta tesouras." - Fernando Pessoa acerca da volta de D. Sebastião


Ser Português já não é o que era, ou será? Seremos nós um povo triste e desiludido, a viver à sombra de um passado glorioso, que não soubemos rentabilizar, presos a uma inércia iletrada, a um deixar andar para ver no que vai dar, a uma desculpabilização e inércia colectivas?!


Seremos nós apenas e ainda só a SAUDADE e o FADO?

Quero Acreditar que não, quero acreditar que Portugal é um país que quer mudar, que tem um povo capaz e determinado para mudança, mantendo e aproveitando o que de melhor temos, para evoluir, para crescer para ter de novo ORGULHO em dizer que somos PORTUGUESES.

Depende de cada um de nós mudar, intervir, fazer agitar mentalidades, abanar consciências, propor um caminho, derrubar barreiras, sejam elas pessoais ou políticas.


EU QUERO FAZER MELHOR